Descrição da doença:
É um distúrbio alimentar caracterizado pelo ato de comer compulsivamente, seguido por episódios periódicos de purgação (vômito auto-induzido, ingestão de laxantes e diuréticos), dietas rigorosas e/ou práticas excessivas de exercício físico para evitar ganho de peso. Entende-se por compulsão periódica a ingestão, num período limitado de tempo, de uma quantidade de alimento maior do que a maioria das pessoas consumiria sob circunstâncias similares. Assim como na anorexia nervosa, a bulimia nervosa é influenciada pela forma e peso do corpo e é mais freqüente em pessoas do sexo feminino, de classes sócio-econômicas média e alta.
Fatores de Riscos:
As causas da bulimia nervosa não são totalmente conhecidas. Acredita-se que há um conjunto de múltiplas causas que interagem com o aparecimento da doença, como por exemplo, aspectos socioculturais, psicológicos, individuais e familiares, neuroquímicos e genéticos. A influência cultural tem sido apontada como desencadeadora da doença em decorrência do culto ao corpo magro, encarado como símbolo de beleza, poder, auto-controle e modernidade.
Principias sinais e sintomas :
Os pacientes com bulimia nervosa por diversos motivos acabam ocultando os sintomas. Dessa maneira, as compulsões periódicas, geralmente, ocorrem em segredo ou são dissimuladas o quanto possível. Os tipos de alimentos ingeridos nas crises de hiperfagia (comer muito) podem ser variados, porém, incluem, preferencialmente, doces e alimentos com alto teor calórico.
Os episódios de compulsão podem, ou não, ser planejados e, quase sempre são caracterizados pelo consumo rápido. Em geral, o sentimento acompanhado pela compulsão periódica é de falta de controle e angústia intensa seguido de um episódio de purgação. A técnica mais comum de purgação é a indução do vômito. Este método é utilizado por 80% a 90% dos pacientes com bulimia nervosa que se apresentam para tratamento em clínicas de transtornos alimentares. O vômito auto-induzido pode provocar erosão do esmalte dos dentes, aumento das glândulas salivares das bochechas (glândulas parótidas) e inflamação no esôfago, cicatrizes nos nós dos dedos pelo uso dos dedos e uma concentração baixa de potássio no sangue. Para ser denominado compulsão, os episódios de hiperfagia devem acontecer pelo menos duas vezes por semana. Somente aí a bulimia nervosa pode ser diagnosticada.
Apesar dos pacientes com bulimia nervosa preocuparem-se com o peso e forma física, o seu peso corpóreo tende a oscilar em torno do normal. Os pacientes com o distúrbio restringem o consumo calórico total e selecionam preferencialmente alimentos com baixas calorias, evitando alimentos que julgam como engordantes ou que provavelmente ativarão um ataque de hiperfagia. É comum os pacientes com bulimia nervosa apresentarem sintomas depressivos, como baixa auto-estima, insegurança ou transtornos de humor. Freqüentemente, pode haver sintomas de ansiedade, que tendem a desaparecer após o tratamento. Um terço dos pacientes com bulimia nervosa abusa ou tem dependência de substâncias como álcool e estimulantes, com a intenção de controlar o apetite e o peso.
Complicações:
Geralmente, a internação ocorre quando há complicações associadas como depressão com risco de suicídio, perda de peso acentuado o comprometimento do estado geral, baixa concentração de potássio no sangue seguida de arritmia cardíaca e nos casos de comportamento multiimpulsivo (abuso de álcool, drogas, automedicação, cleptomania, promiscuidade sexual).
Tratamento:
Na maioria dos casos a bulimia nervosa pode ser tratada em nível ambulatorial. Quando há desequilíbrio metabólico faz-se necessário uma internação mais intensiva. O tratamento é realizado em duas modalidades: a psicoterapia, realizada por um terapeuta especializado em distúrbios alimentares e o tratamento medicamentoso, com antidepressivos.
Fonte: Psiqweb e Manual Merck (sites consultados no dia 15 de janeiro de 2007).