Descrição da doença:
O diabetes pode ocorrer de duas formas durante a gravidez: 1. A mulher já era portadora da doença e engravida; 2. O diabetes se desenvolve com a ocorrência da gravidez, podendo desaparecer com ela ou persistir com o término da gestação- diabetes gestacional.
Causa:
A causa exata do diabetes gestacional é desconhecida. Contudo, os especialistas acreditam que o diabetes gestacional pode ser uma etapa do diabetes tipo 2, pelas semelhanças clínicas existentes entre ambos.
Os fatores de risco mais importantes são:
Idade acima de 25 anos;
Obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual;
Acúmulo de gordura na região do tronco;
Histórico familiar de diabetes em parentes próximos;
Baixa estatura (<1,50cm);
Crescimento fetal excessivo, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual;
Antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal, de macrossomia (peso excessivo do bebê) ou de diabetes gestacional.
No período da gravidez, a placenta (órgão responsável pela nutrição do feto) produz algumas substâncias (hormônios) em grande quantidade. Embora imprescindíveis para o desenvolvimento do bebê, os hormônios dificultam a ação da insulina no organismo materno. Todas as mulheres grávidas têm algum grau de resistência insulínica, mas as mulheres com diabetes gestacional apresentam uma resistência mais exagerada. O diabetes gestacional costuma aparecer por volta da vigésima quarta semana de gravidez, exatamente quando a placenta começa a produzir grandes quantidades de hormônios. Por isso, o rastreamento para o diabetes gestacional deve ser feito neste período gestacional. Os médicos acreditam que algumas mulheres com níveis glicêmicos mais elevados no início da gravidez (primeiro trimestre) provavelmente já portadoras de diabetes antes do início da gravidez. Por esse motivo, e pela semelhança que o diabetes gestacional apresenta com o diabetes tipo 2, todas as mulheres que tiveram diabetes são orientadas a fazer a reavaliação das taxas de glicose após o parto.
Principais sinais e sintomas:
Pessoas com níveis mal controlados de glicose no sangue podem apresentar:
Muita sede;
Vontade de urinar diversas vezes;
Perda de peso (mesmo sentindo mais fome e comendo mais do que o habitual);
Fome exagerada;
Visão embaçada;
Infecções repetidas na pele ou mucosas;
Machucados que demoram a cicatrizar;
Fadiga (cansaço inexplicável);
Dores nas pernas por causa da má circulação.
Complicações:
Os maiores riscos para recém-nascido decorrentes do diabetes na gestação são macrossomia (peso elevado do bebê ao nascer), queda do açúcar ao nascer (hipoglicemia) , distúrbios respiratórios e prematuridade. Já para a mãe, além de aumento do risco de cesariana, o diabetes gestacional pode estar associado à toxemia gravídica, condição patológica da gravidez que provoca pressão alta, inchaço das pernas e que pode desencadear o trabalho de parto prematuramente.
Tratamento:
O diabetes gestacional é inicialmente tratado com planejamento alimentar, que deve ser orientado por um nutricionista. Os exercícios físicos podem fazer parte do tratamento e serão orientados pelo médico. De maneira geral, mulheres que já faziam atividade física podem continuar a fazê-la normalmente. Caso essas medidas não surtam os efeitos esperados, seu médico poderá estar indicado o tratamento com insulina. Isso ocorre porque os efeitos dos antidiabéticos orais não estão bem estabelecidos na gravidez, então eles não podem ser usados nesse momento.
Prevenção:
Consiste basicamente em manter hábitos de vida saudáveis, o que inclui a prática de atividades físicas e alimentação balanceada.
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes.