Descrição da doença:
É a inflamação de longa duração do pâncreas.
Causa/Fator de Risco:
A pancreatite crônica não é uma doença transmissível. A causa mais comum é o alcoolismo. Predisposição hereditária e a obstrução do ducto pancreático, resultante do estreitamento do ducto ou de um câncer pancreático também são fatores de risco.
Principais sinais e sintomas:
As três principais manifestações da pancreatite crônica são dor, diarréia e diabetes. A dor acontece nos momentos de crise da doença. Por causa da inflamação, o pâncreas atrofia fazendo com que ele perca as funções exócrina e endócrina, diminuindo assim, a produção da enzima responsável pela digestão de gorduras. O resultado dessa deficiência é a diarréia de intensidade variável. Na fase mais avançada da doença, o pâncreas deixa de produzir insulina, causando diabetes.
Ao contrário da pancreatite aguda, causada por cálculo biliar, em que o pâncreas volta ao normal e não surgem complicações como insuficiência pancreática, nem diabete, na pancreatite crônica o pâncreas fica lesado para o resto da vida.
Diagnóstico e Tratamento:
O médico suspeita de pancreatite crônica baseando-se nos sintomas do pacientes ou no relato de episódios de pancreatite aguda. Exames de sangue podem revelar índices elevados de lípase (enzima responsável pela ingestão de gordura) e podem ser utilizados também para verificar a concentração de glicose no sangue.
As radiografias abdominais e a ultrasonografia podem mostrar a presença de cálculos no pâncreas. A partir do resultado desses exames o médico pode confirmar a doença.
Inicialmente, o tratamento é clínico. Durante uma crise, a abstinência de álcool é essencial. O paciente é submetido a um jejum alimentar e recebe líquidos apenas pela via intravenosa. Esse procedimento pode promover um repouso ao pâncreas e ao intestino e pode aliviar a dor. Freqüentemente, é necessária a administração de analgésicos e narcóticos para aliviar a dor. Quando a dor persiste o médico investiga a possibilidade de complicações. Uma massa inflamatória na cabeça do pâncreas pode exigir uma intervenção cirúrgica.
Numa outra fase do tratamento o paciente ingere de quatro a cinco refeições por dia compostas por alimentos pouco gordurosos, com baixo conteúdo de proteína e ricos em carboidratos. Esse tipo de dieta ajuda a reduzir a freqüência e a intensidade das crises.
Se o paciente apresentar dor continua e não tiver complicações, o médico realiza o bloqueio dos nervos que inervam o pâncreas para impedir que os estímulos dolorosos cheguem ao cérebro. Caso esse procedimento não apresente um bom resultado, pode ser necessária uma cirurgia de retirada parcial do pâncreas. Entre os alcoolistas a cirurgia é realizada apenas naqueles que conseguem controlar o diabetes que ocorrerá em conseqüência da cirurgia.
Para não agravar o quadro e evitar a progressão da doença o paciente que teve pancreatite alcoólica não poderá ingerir álcool nunca mais.
Prevenção:
Seguir uma alimentação saudável, praticar exercícios físicos, controlar o peso e evitar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas são medidas de prevenção da pancreatite crônica.
Fonte: Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde