Sífilis


Descrição da doença:
Doença infecto-contagiosa, sexualmente transmissível, com manifestações cutâneas temporárias. A doença pode se manifestar de modo diferente se for adquirida ou congênita.

Causa:
Bactéria Treponema pallidum.

Transmissão:
As duas formas da doença são caracterizadas pelo modo de transmissão. A sífilis adquirida é transmitida pelo contato sexual com pessoa infectada pelo treponema. Já, a sífilis congênita é transmitida da mãe para o feto, por via placentária. A bactéria Treponema pallidum penetra no corpo através da pele ou mucosa e, em algumas horas, ela se dissemina por todo organismo através do sangue.

Principais sinais e sintomas:
Aparecem até 13 semanas após a infecção. A doença evolui através de quatro estágios (primário, secundário, latente e terciário) e se manifesta de forma diferente em cada um deles.

· Primário: surge uma lesão ou úlcera (cancro) indolor no local da infecção, freqüentemente no pênis, na vulva ou na vagina. Mas também pode ocorrer no ânus, no reto, nos lábios, na língua, na garganta, no colo uterino, nos dedos das mãos ou, raramente, em outras partes do corpo, dependendo de qual foi o local em que ocorreu o contato com a bactéria. Em geral, aparece uma única úlcera, mas, em alguns indivíduos, podem surgir várias. O cancro começa como uma pequena área elevada e vermelha, que rapidamente se transforma em uma ferida aberta, porém permanece indolor. Como os sintomas são escassos, a úlcera é freqüentemente ignorada. Aproximadamente 50% das mulheres infectadas e um terço dos homens infectados não tomam conhecimento dela. Normalmente, a úlcera cicatriza em 3 a 12 semanas e o indivíduo parece totalmente sadio.

· Secundário: Em seis a doze semanas após a infecção começam a aparecer erupções cutâneas. Alguns pacientes ainda apresentam o cancro em fase de cicatrização. A erupção cutânea pode ser de curta duração ou permanecer meses. Mesmo quando o indivíduo não é tratado, a erupção cutânea geralmente desaparece, mas podem surgir novas erupções semanas ou meses mais tarde. Neste estágio, são comuns: úlceras bucais, visão embaçada causado pela inflamação ocular, inflamações de ossos, articulações, rins e fígado. Um pequeno número de pacientes pode evoluir com meningite sifilítica aguda, que causa dor de cabeça, rigidez no pescoço e até surdez. Outros sintomas incluem sensação de mal-estar generalizado, perda de apetite, náusea, fadiga, febre e anemia.

· Latente: após o indivíduo recuperar-se do estágio secundário, a doença entra em um estágio latente, no qual ele não apresenta sintomas. Este estágio pode durar anos, décadas e até permanecer pelo resto da vida. Durante a parte inicial do estágio latente, as úlceras infectantes algumas vezes reincidem.

· Terciário: neste período, o paciente deixa de ser infectante. Os sintomas podem ser leves ou devastadores. Os principais sintomas podem se manifestar como: sífilis terciária benigna, sífilis cardiovascular e neurossífilis. A sífilis terciária benigna é muito rara atualmente. Nódulos denominados gomas surgem em vários órgãos, crescem lentamente, curam gradualmente e deixam cicatrizes. Esses nódulos podem ocorrer em praticamente qualquer parte do corpo, mas são mais comuns na perna, imediatamente abaixo do joelho, na parte superior do tronco, na face e no couro cabeludo. Os ossos podem ser afetados, acarretando dor profunda e penetrante, que geralmente piora a noite. A sífilis cardiovascular costuma ocorrer 10 a 25 anos após a infecção inicial. O indivíduo pode apresentar um aneurisma (enfraquecimento e dilatação) da aorta (a principal artéria do corpo, que se origina no coração) ou uma insuficiência da válvula aórtica. Essas alterações podem provocar dor torácica, insuficiência cardíaca ou morte. A neurossífilis (sífilis do sistema nervoso) afeta aproximadamente 5% de todos os indivíduos com sífilis não tratada.

Nos casos de sífilis congênita, em crianças com até dois anos, os sintomas são baixo peso, rinite com coriza sanguinolenta, obstrução nasal, prematuridade, choro ao manuseio, aumento do volume do baço e do fígado, alterações respiratórias/pneumonia, icterícia, anemia severa, barriga d’água (ascite) e lesões na pele (principalmente na palma da mão e no pé). As crianças maiores de dois anos podem apresentar dentes deformados (dentes de Hutchinson), mandíbula curta, arco palatino elevado, cegueira, surdez neurológica, dificuldade no aprendizado, hidrocefalia e retardo mental.

Tratamento:
A penicilina é o antibiótico mais usado e mais eficiente para todos os estágios da sífilis. Normalmente, os resultados dos exames de pesquisa de anticorpos permanecem positivos durante muitos anos e, em alguns casos, durante toda a vida. Esses resultados não indicam uma nova infecção. Outros exames de sangue são utilizados para verificar a ocorrência de novas infecções. Após o tratamento, o prognóstico da sífilis primária, da secundária e do estágio latente é excelente. O prognóstico é ruim para a sífilis terciária com comprometimento cerebral ou cardíaco, pois a lesão pode não ser revertida.

Prevenção:
A adoção de práticas sexuais seguras, como o uso de preservativo, associada à execução correta do pré-natal, são peças fundamentais para o controle da doença. Os indivíduos com sífilis primária ou secundária devem evitar o contato sexual até que eles e seus parceiros tenham completado o tratamento. No caso da sífilis primária, todos os parceiros dos últimos três meses estão em perigo. Na sífilis secundária, todos os parceiros do ano anterior estão em perigo. Esses parceiros devem ser submetidos à triagem com um exame de pesquisa de anticorpos realizado em uma amostra de sangue e, quando o resultado for positivo, devem ser tratados.

Fonte: Ministério da Saúde e Manual Merck.

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