Descrição da doença:
Pode ser chamada de úlcera gástrica ou duodenal, dependendo do local atingido. É uma ferida bem definida(redonda ou oval) que aparece no revestimento gástrico ou duodenal, provocada pela ação do ácido gástrico e dos sucos digestivos. As úlceras pépticas aparecem no revestimento do trato digestivo exposto ao ácido e às enzimas digestivas. O tipo mais comum , as úlceras duodenais, localizam-se nos primeiros centímetros do intestino delgado, o duodeno. Já, as úlceras gástricas ocorrem ao longo da parte alta da curvatura do estômago.
Causa:
A úlcera é formada quando os mecanismos de defesa que protegem o duodeno ou o estômago contra o ácido gástrico sofrem alterações. Pode ocorrer, por exemplo, diminuição ou aumento da quantidade de muco produzido.
Descobriu-se que muitos pacientes com úlceras duodenais apresentam a bactéria Helicobacter pylori no seu estômago. Hoje, essa bactéria é considerada uma causa importante de úlceras pépticas. Não há comprovação de como a bactéria contribui para o aparecimento da doença, mas presume-se que poderiam interferir nas defesas normais contra o ácido gástrico ou produzir uma toxina que ajuda na formação das úlceras.
Fatores como o consumo excessivo de bebidas alcoólicas e o cigarro também podem contribuir para o desenvolvimento da úlcera. Além desses fatores, casos de úlceras na família e ter sangue tipo "O" aumentam o risco de desenvolver uma úlcera.
Há uns anos, acreditava-se que o estresse era um dos causadores da úlcera. Mas, hoje se sabe que isso não é verdade. O estresse pode somente agravar a dor ou dificultar o tratamento.
Principais sinais e sintomas:
Um dos principais sintomas é a dor abdominal, que pode ocorrer no meio da noite ou duas ou três horas após a alimentação. Ficar sem comer por muito tempo ou pular refeições pode ser pior. Consegue-se aliviar a dor tomando leite ou outro antiácido.
A úlcera ainda pode provocar náusea, vômito, perda de peso, fadiga, indigestão e dor no peito. Porém, também é importante saber que ela pode estar presente e não ocasionar nenhum desses sinais e sintomas.
Complicações:
Na maioria dos casos, a úlcera péptica pode ser curada sem deixar seqüelas. Mas, em alguns pacientes, ela pode evoluir para complicações potencialmente letais. A ferida pode atravessar a parede muscular do estômago ou do duodeno e penetrar num órgão maciço adjacente, como o fígado ou o pâncreas. As úlceras da superfície da face anterior do duodeno ou, menos comumente, do estômago, também podem perfurar a parede e criar uma abertura para a cavidade abdominal. Além dessas evoluções da doença, há o risco de ocorrer a úlcera hemorrágica, a complicação mais freqüente. Os primeiros indícios são o vômito de sangue vermelho vivo ou de grumos de cor castanho-avermelhado de sangue parcialmente digerido (semelhante à borra de café) e a eliminação de fezes pretas ou sanguinolentas.Nesses três casos, a cirurgia geralmente é necessária.
Tratamento:
Normalmente, o tratamento envolve uma combinação de medicamentos, além de algumas mudanças nos hábitos alimentares. Um dos objetivos é a neutralização ou a diminuição da acidez gástrica. Esse processo começa com a eliminação dos possíveis irritantes gástricos: antiinflamatórios não-esteróides, álcool e nicotina. Os pacientes devem evitar alimentos que parecem piorar a dor ou a distensão abdominal.
Prevenção:
Alguns cuidados podem diminuir os risco do desenvolvimento de uma úlcera gástrica ou duodenal, como: não fumar, não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas, fazer pequenas refeições ao dia em intervalos regulares de tempo e limitar a ingestão de café, chá preto ou outras bebidas que contenham cafeína.
Fonte: Manual Merck e AllRefer Health.